31 de maio de 2011

a terra nos genes


Os meus avós eram agricultores e as gerações anteriores [que eu tenha conhecimento] também estavam ligadas à terra. A geração dos meus pais foi a 1ª que não se dedicou a esta actividade, mas o gosto pela terra não está ausente da família. Este ano, o meu irmão e a minha irmã [sobretudo ela] decidiram criar uma horta biológica. E de facto é um privilégio poder usufruir de produtos tão frescos, que não percorreram quilómetros até serem consumidos, nem tão pouco foram sujeitos a substâncias químicas. Além disto, o "revitalizar" da nossa agricultura, será também uma das soluções para minimizar os problemas ambientais [... e os do nosso país, contribuindo para uma economia sustentável].





Eu não herdei este saber/prazer de trabalhar a terra, mas o contacto com ela desde a minha infância foi um estímulo enorme para os sentidos, assim como, para o desenvolvimento da criatividade, da observação, da vontade constante de descoberta. Passávamos horas a fio na quinta de uma tia-avó, o que era para nós um autêntico "parque de diversões" — correr com os pés descalços na erva, brincar às escondidas nos campos de milho, sentir na pele a água fresca dos percursos de rega, colher uvas e cenouras e comer de imediato, ajudar a preparar as fornadas de pão, apanhar grilos, deixar as joaninhas percorrer-nos as mãos... Foi nesta casa que provavelmente descobri que das coisas nascem coisas — colares de flores, brincos de cerejas, bonecas de abóboras e de espigas de milho. E uma das grandes sensações e manifestações de qualidade de vida, era o prazer de passar um dia inteiro ao ar livre e usufruir da liberdade num espaço imenso.


































Eu, na quinta da tia-avó. E quando estava a ver esta foto, a minha mãe foi buscar as sandálias que usava na altura ... que bela surpresa!! :D


E como não sei viver sem música ...
Patrick Watson  — Fireweed

23 de maio de 2011

Das coisas ...

... nascem coisas.*

* Título do livro de Bruno Munari.



Coisas
La Gaîté Lyrique — em Paris, Centro Cultural que explora as Artes Digitais.


Música
Runaway — The National

17 de maio de 2011

Gosto do cinema que...

Pina Bausch em Café Muller 2008 - páginas deste livro.
... me estimula os sentidos,  me faz pensar/reflectir, me faz agir, me inspira, me faz sonhar, ... me enriquece ... me inquieta.
Pina de Wim Wenders é [para mim] sem dúvida um destes momentos. É o elogio a alguém que "num mundo de desatenção e alheamento, viu mais, ouviu mais e sentiu mais."*


Música
A maravilhosa banda sonora do filme Pina.

E também Amigo do Peito do novo cd dos Clã — Disco Voador. Esta é para todos os meus amigos de "carne e osso", que estão perto e que estão longe (inclusive do outro lado do Atlântico ;D )




*Susan Sontag, Contra a Interpretação e Outros Ensaios]

10 de maio de 2011

Azul

 [clicar na imagem para ampliar]
Trabalho em desenvolvimento para a exposição



Há uns bons anos atrás um amigo falou-me de Pina Bausch [1940 — 2009]. E desde então fiquei fascinada com o seu trabalho enquanto coreógrafa e bailarina.
Em 1998, Lisboa convida Pina e a sua Companhia, o Tanztheater Wuppertal para o Festival dos 100 dias e daí nasceu a peça Masurca Fogo, que o realizador Fernando Lopes registou no filme/documentário "Pina Bausch — Lissabon Wuppertal Lisboa".
O filme de Pedro Almodóvar, Hable con ella, começa com a obra Café Muller [a qual foi dançada pela última vez por Pina no Teatro São Luiz em 2008].
Em 2010, é lançado o ensaio biográfico, Pina Baush — Sentir mais, de Claudia Galhós, livro que acompanhou alguns dos meus dias no Verão passado.


Esta quinta-feira estreia em seis cidades portuguesas, Pina, um filme de Wim Wenders. No próximo Sábado, noutras cidades será exibido o filme em simultâneo às 19h, entre as quais, Guimarães.

Exposição
David Carson Design — inaugura na próxima 6ª-feira no Espaço Quadra em Matosinhos.

Música
Lotus flower — Radiohead
[... ainda que o álbum Close to Paradise de Patrick Watson continue a fazer-me transbordar de emoções, e a acompanhar-me nas longas viagens de carro ... ]

4 de maio de 2011

funciono a energia solar

Espero o sol ... durante todo o mês de Maio para manter a bateria carregada. Os desafios são muitos — um workshop de ilustração daqui a duas semanas, uma exposição daqui a quatro, um convite para um projecto a concluir em meados de Julho ... mais outro projecto de ilustração a ser alinhavado ... e um outro de ilustração no horizonte. Haja energia ... e que não acabem as propostas para novos desafios :-)

Sei que já estou a tornar-me repetitiva, mas enquanto não me cansar vou ouvir Patrick Watson até à exaustão — Man under the sea